Ainda vai levar um tempo para que nossa geração consiga compreender
tanta rebeldia desse tempo em que, nossa juventude, não está condicionada a
ideias – como ocorreu na década de 70 – mas simplesmente pela necessidade de
afirmar diferenças, singularidade diante deles e da vida.
O que mais me faz refletir é essa tentativa de relação
negativa contra os país, uma recusa muitas vezes simbólica, literal. É como
chover no molhado. Talvez isso explique essa fase em que eles, os jovens
atuais, insistam nessa negativa contra as origens.
Tudo em nome da liberdade ensinada nos games, a conquista de
dormir com o namorado, viver histórias sexuais e afetivas mais livres, sem hora
marcada, sermões, sem repetir o passado. A negação dos valores morais que nós - nascidos nas décadas de 60 e 70 - aprendemos com os nossos avós.
O que vivemos certamente é a deformidade dos marcos em que
fomos formados. A educação moral e cívica livrou muita gente do aprendizado do
mundo, aquela cortina que se abre e nos faz enxergar um modelo contra as nossas
vontades, diferente do que pensávamos conquistar quando saímos decididos a
renegar tudo e todos que se apresentassem contra nossas motivações.
Negar a família é deixar de se reconhecer. Repito: é como
chover no molhado. Isto porque os pais são nossos modelos primários, estão no
nosso psíquico, condição genética.
Parafraseando o Mestre Irineu, eu costumo dizer que precisamos
plantar novas laranjeiras na esperança de germinar bons frutos, ou seja, “laranjeiras
carregadas de laranjas boas”. Ora, isso nada mais é do que a pregação da
sustentabilidade regada pela fé.
Construir uma sociedade sustentável é uma tarefa urgente. Esse
ser humano em fuga perdeu o senso de cuidado. Não cuida dele próprio, nem do
próximo e muito menos da natureza. Uma questão cultural sem dúvida, mas
espiritual também.
A batalha não é apenas contra as décadas perdidas, mas
contra a máquina publicitária que satura nossas fantasias de consumo. O jovem
está como carro avariado, isso o faz cair em qualquer oficina, muitos reduzidos
pura e simplesmente a ferro velho.
Juan Phillipe já nos ensinou: “a fé é uma semente que nasce
quando se pratica”.
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