O Ibope errou mais uma vez no
resultado final das eleições em Rio Branco e ninguém se manifestou pelas redes sociais, questionou ou ficou tão irritado, como vimos ontem na análise feita com a opinião do jornalista Augusto Nunes.
O Instituto previa uma vitória de Marcus Alexandre no primeiro turno com 60% dos
votos válidos. O petista se elegeu com 54,87%, praticamente 6 pontos de
diferença do que foi divulgado, 3 a mais da considerada margem de erro da
pesquisa para mais ou para menos.
A previsão do instituto esteve
dentro da margem de erro com relação aos candidatos Eliane Sinhasique e Carlos
Gomes. A primeira candidata, do PMDB foi a segunda colocada com 32,02% dos
votos válidos, a previsão da última rodada de pesquisa Ibope era de 29%; e
Carlos Gomes que aparecia com 4% obteve 8,28% dos votos.
No caso de Raimundo Vaz (PR) o
erro foi para menos, mas dentro da margem considerável. A previsão do Ibope era
que Vaz tivesse 7% dos votos válidos e Vaz chegou na reta final da campanha com
apenas 4,84% da preferência do eleitorado.
Para calcular esses votos
(válidos), são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores
que se declaram indecisos. Mesmo sem essa exclusão, o instituto não acertou o
resultado que foi amplamente divulgado nos meios de comunicação sempre
favorável ao candidato Marcus Alexandre.
Na eleição de 2012, o Ibope errou
feio em praticamente todas as pesquisas. Esse histórico de erro chegou até a
animar a candidata Eliane Sinhasique, mas este ano, pelo menos em uma coisa a
instituição acertou: não teve Segundo Turno, mas será que não existe algo de errado nessa relação duvidosa?
Há um debate em curso sobre os resultados de pequisa x pleito, pesquisa eleitoral e divulgação, legislação
e regulamentação. Os pesquisadores querem criar um conselho de auto-regulamentação
da atividade para que, somado à legislação, contribua para a transparência da
atuação dos institutos de pesquisa durante o processo eleitoral.
Essas foram algumas das
conclusões do debate, nem sempre de consenso, realizado entre representantes
dos principais institutos de pesquisas brasileiros em encontro promovido pela
Sociedade Brasileira de Pesquisa de Mercado (SBPM) e pela Associação Brasileira
de Empresas de Pesquisa (Abep).
Na minha opinião, as pesquisas de
intenções de voto no Brasil, induzem nitidamente o eleitorado, conduzem a mente
do eleitor brasileiro ao manifestar a sua preferência, influindo nefastamente
no resultado do pleito.
Esse resultado é fruto de outro
erro, o educacional. Nós temos eleitores bem intencionados, mas, a maioria é analfabeto
funcional, pessoas que sabem ler e escrever, conhecem letras e números, mas não
sabem interpretar um texto por menor que seja. Isso é fato.
Com a escola não contribuindo, o
conjunto de fatores é preocupante, o eleitor que não separa o joio do trigo,
fica refém de oportunistas, demagogos, uma massa facilmente manipulada. É ai
que entra o efeito das pesquisas de opinião pública muito mal divulgadas nas
parcerias com os meios de comunicação pagos com recursos públicos.
Basta olhar as últimas pesquisas
de opinião pública para observamos, outro fator preocupante, principalmente em
nível nacional, que é uma verdadeira polarização das disputas. Nas eleições
presidenciais, há tempos observamos PT e PSDB na dianteira. Isso tem sido
repassado aos estados e municípios com essas ou outras siglas. Os dados são
científicos, comprovam que desde o advento das pesquisas, a maioria dos
eleitores não se divide em mais de dois candidatos, como antes. Agora, com essa
indução ao resultado, colocando os dois primeiros candidatos em posição bem
distante dos demais, a opção fica extremamente reduzida.
É aquele velho ditado, o eleito
não vota em quem está atrás, não quer perder o seu voto. Assim, desde a
publicação das primeiras pesquisas que muitos candidatos com bons nomes até são
alijados do processo, desistem de candidaturas. É preciso aperfeiçoar esse
mecanismo e por que não dizer, a cultura brasileira.
Em outras palavras, a raiz é a educação.
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