quarta-feira, 13 de abril de 2016

Mídia e a consciência da sustentabilidade


A imprensa acreana está tão embebedada com a cobertura do processo de impeachment da presidente Dilma – que graças a Deus tem fase decisiva no próximo domingo (17) – que perdeu a sensibilidade com outras informações importantes, como a chegada do futebol sustentável ao Acre, um território marcado pelo marketing de florestania que, ao mesmo tempo, é tão carente de iniciativas que contribuam com a educação ambiental.
Até ao meio dia de ontem, 600 ingressos já tinham sido trocados por garrafas pet pela torcida do Rio Branco, entradas que valem para a partida de volta do Estrelão contra o Paysandu, nas quarta de final da Copa Verde, no Arena da Floresta, na próxima quinta (14). A promoção conta em Rio Branco com o apoio do Grupo Star Motos e faz parte de uma campanha em nível nacional da CBF.

Além de atrair mais famílias para o estádio, a iniciativa sustentável, retira centenas de garrafas pet do meio ambiente. 3.000 ingressos serão distribuídos pela promoção. Serão 9 mil garradas pet longe dos lixões e rios.

Não resta dúvida que o excesso de consumo (principalmente com o lançamento de gases na atmosfera) está relacionado com as mudanças climáticas, mas ao invés de sustentar a vida, nossos jornalistas preferem sustentar o capital, parecem se sentir envergonhados de destacar uma notícia como essa que nada tem a ver com o sensacionalismo, não vende, não rende acessos.

Nesse momento em que se discute ética na política, seria fundamental uma reflexão em torno da ética sustentável. Daí a minha indignação. Se queremos transformar o mundo, se queremos romper os paradigmas estabelecidos, será que não poderíamos pensar em uma proposta de educação ambiental integrada e permanente através do jornalismo?

Parabéns ao grupo Star Motos pela iniciativa e à torcida do Rio Branco por abraçar a causa. Que outras iniciativas como essa façam parte desse mundo do futebol, e que essa consciência possa contribuir definitivamente para a paz nos estádios. 

Impactos da garrafa pet

O plástico demora mais de 100 anos para se decompor e pode causar até a perda de biodiversidade. Fragmentos de plástico podem ser consumidos por animais que os confundem com comida, levando-os à morte. Isto está se tornando especialmente grave nos oceanos, onde estudos indicam que boa parte das águas já está contaminada.

Na foto, o torcedor Altino que juntou 12 garrafas e trocou por quatro ingressos. A família tem diversão garantida na quinta. O meio ambiente agradece.

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