A partir do governo de Jorge Viana, inaugurando a década da
Frente Popular do Acre na gestão pública, o estado construiu a fama de bom
pagador. O funcionalismo público que vivia atrasos de três meses na folha de
pagamento passou a ter em dia o seu salário e o estado, com o tempo, a
levantar empréstimos internacionais e melhorar a qualidade dos investimentos
públicos.
Isso foi fato.
O lamentável agora, é que a junção de alguns fatores recentes pode levar o
Estado ainda governado pela Frente Popular e por um gestor petista, irmão de
Jorge Viana, a perder essa saudável rotina que, com muita dificuldade, já
durava quase duas décadas.
Além dos fatores nacionais que não podem ficar fora desse
debate, o Brasil vive uma crise sem tamanho, não precisa ir muito longe para
tal constatação. Uma voltinha pela Central de Organizações, a OCA, um cafezinho
com qualquer servidor vinculado a alguma empresa terceirizada e a reclamação é
geral.
O mais grave é que, além de atrasar a folha de pagamento em
quase três meses para vários setores do governo, inclusive o da educação, o
servidor ainda convive com o direito de não fazer greve, olha o tamanho da
ironia, exatamente em uma gestão petistas, estes são ameaçados de terem
contratos cortados, caso exponha publicamente a situação.
O quadro é o seguinte: o valor dos repasses financeiros obrigatórios
da União, ocasionados pela queda na arrecadação, vem caindo significativamente.
Como não circula dinheiro, o comércio vende menos, portanto, compra menos, o
estado por tabela, arrecada menos. Está quebrada a linha de crescimento na
arrecadação de impostos. Isso significa menos recursos entrando nos cofres
públicos, consequentemente, falta de condições de manter a máquina pública
inchada até o talo.
Como diz Arnaldo César Coelho, a regra é clara. O Acre agiu
como o cidadão que passou os últimos anos ganhando polpudos bônux extras
(leia-se empréstimos internacionais) gastando como se não houvesse o amanhã, e
agora, não consegue manter o carro, os empregados, a casa e o padrão de vida
dos tempos que se mostravam generosos.
E a oposição, embebedada pela possibilidade de vencer as
eleições em 2016, caminha cega, sem explorar essa que foi nas últimas
campanhas, a maior peça de marketing sempre que a Frente Popular se viu
ameaçada de ganhar o poder. O jargão era único: se votar em fulano de tal vai
voltar o atraso na folha de pagamento.
E agora Sebastião?
Caiu no colo de vossa excelência a complicada equação.
Fala-se que a Fazenda só tem dinheiro para mais um repasse de pagamento das
chamadas terceirizadas. E olha que nem
estamos falando aqui dos pobres empresários. Não há recursos disponíveis para
bancar muitos dos investimentos realizados nos últimos anos e muito menos
realizar novos projetos de grande envergadura.
Entre tantas missões, uma das mais nobres parece ser levar o
barco para que não vá a pique. O governo refaz contas todos os dias para livrar
pelo menos o décimo terceiro. Mas, com relação ao ano que vem, bem isso só Deus
pode prever.
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