sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Para Rocha pau que dá em Chico não dá em Francisco


O deputado Major Rocha está corretíssimo na sua forma impiedosa, implacável e cega de fazer política. Para ele essa arte não tem aliado e nem grupo, prevalece sempre o seu ponto de vista, a sua ética e a sua moral. Parece ter aderido a teoria do "Beco Escuro".

Mas na ânsia de atingir seus desafetos – o principal deles o governador Sebastião Viana – o deputado militar acabou protagonizando um momento cômico ao participar da elaboração de um relatório voto em separado na CPI da Petrobras pedindo o indiciamento de todos os supostos envolvidos no escândalo da Lava Jato, sem incluir na lista o nome de Aécio Neves, presidente de seu partido.

Aécio foi citado por Alberto Youssef o mesmo delator que citou o governador Sebastião Viana e o senador Gladson Camlei. Em seu depoimento na própria CPI da Petrobras, Youssef lembrou o episódio de Furnas, que não deu em nada, assim como não deu em nada o mensalão mineiro e uma longa lista de processos que envolve supostamente o nome de Aécio Neves.

Dois pesos e duas medidas deputado?
No seu conceito de ética e moral o pau que dá em Chico não dá em Francisco?

Eu sou extremamente a favor da investigação e da condenação daqueles que verdadeiramente participaram e se beneficiaram desse grande esquema. Mas a ética nos impõe limites. Como diz Martin Luther King, “é errôneo servir-se dos meios imorais para alcançar objetivos morais”.

Outra coisa que não podemos se esquecer nesse episódio é que o direito ao contraditório, a ampla defesa, não é uma generosidade, faz parte das garantias constitucionais fundamentais para o exercício da democracia.

Tão espantoso quanto a postura do Major Rocha com relação aos seus aliados de primeira hora, como foi o senador Gladson Cameli durante a campanha de 2014, são os limites do exercício da crítica aos homens públicos, o que se observa é uma feição personalista propositada.

É aquela coisa: quem quer arruma um jeito. Quem não quer arruma uma desculpa.


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