O deputado Major Rocha está corretíssimo na sua forma
impiedosa, implacável e cega de fazer política. Para ele essa arte não tem
aliado e nem grupo, prevalece sempre o seu ponto de vista, a sua ética e a sua
moral. Parece ter aderido a teoria do "Beco Escuro".
Mas na ânsia de atingir seus desafetos – o principal deles o
governador Sebastião Viana – o deputado militar acabou protagonizando um
momento cômico ao participar da elaboração de um relatório voto em separado na
CPI da Petrobras pedindo o indiciamento de todos os supostos envolvidos no
escândalo da Lava Jato, sem incluir na lista o nome de Aécio Neves, presidente
de seu partido.
Aécio foi citado por Alberto Youssef o mesmo delator que citou o governador Sebastião Viana e o senador Gladson Camlei. Em seu
depoimento na própria CPI da Petrobras, Youssef lembrou o episódio de Furnas, que não deu em nada,
assim como não deu em nada o mensalão mineiro e uma longa lista de processos
que envolve supostamente o nome de Aécio Neves.
Dois pesos e duas medidas deputado?
No seu conceito de ética e moral o pau que dá em Chico não dá em Francisco?
No seu conceito de ética e moral o pau que dá em Chico não dá em Francisco?
Eu sou extremamente a favor da investigação e da condenação
daqueles que verdadeiramente participaram e se beneficiaram desse grande
esquema. Mas a ética nos impõe limites. Como diz Martin Luther King, “é errôneo
servir-se dos meios imorais para alcançar objetivos morais”.
Outra coisa que não podemos se esquecer nesse episódio é que
o direito ao contraditório, a ampla defesa, não é uma generosidade, faz parte
das garantias constitucionais fundamentais para o exercício da democracia.
Tão espantoso quanto a postura do Major Rocha com relação
aos seus aliados de primeira hora, como foi o senador Gladson Cameli durante a
campanha de 2014, são os limites do exercício da crítica aos homens públicos, o
que se observa é uma feição personalista propositada.
É aquela coisa: quem quer arruma um jeito. Quem não quer
arruma uma desculpa.
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