segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Esse cara sou “Eu”



O secretário de segurança pública do estado do Acre, Emylson Farias, continua sua epopeia pelos órgãos de comunicação na tentativa de tirar proveito da situação de extrema violência vivida principalmente na capital, por conta dos ataques comandados de dentro do presídio Francisco de Oliveira Conde que, de forma inédita, mudaram a rotina das nossas famílias durante uma semana.

Longe de fazer uma autocritica, Farias continua a jactar-se, como se o sistema tivesse realmente resolvido o principal problema: a falta de vagas nas prisões do estado que de acordo a própria Justiça, vem proporcionando a soltura antecipada de presos nas ruas, e ainda, a falta de estrutura no FOC, de onde os criminosos sem muito trabalho, atualizam até página de facebook, tamanha é a fragilidade do amontoado de cimento velho que se tornou a unidade.

O delírio parece ter tomado de conta mesmo do comando de segurança pública, tanto que, passados quase 20 anos de gestão da Frente Popular – da qual Emylson faz parte – se fala em artigo, da inédita instalação do Gabinete Integrado de Gerenciamento de Crises, parcerias entre instituições e Fórum de planejamento da tomada de decisões, de acompanhamento de situações-limite na área de segurança.

Ora senhores, quer dizer que foi preciso o crime organizado colocar novamente suas garras de fora, com direito ao Bonde dos 13, um produto da elite criminosa do Acre, para que as instituições agissem de forma integrada, com planejamento e gerenciamento de crise? E o que ocorreu antes disso foi ensaio de segurança pública?

O governo de Sebastião Viana como os números do Anuário de Segurança Pública mostram, há muito vem perdendo para o crime organizado. A Frente Popular, em termos de segurança, estacionou na prisão de Hildebrando Pascoal. É tanto que, até as últimas duas semanas, quando se falava em crime organizado, a lembrança que se tinha é do velho e fragilizado ex-Coronel que aguarda com ansiedade a sua progressão de regime.

Vim de público dizer que a ação integrada no combate às novas facções foi inédita é no mínimo um atestado de incompetência dado a essa gestão. Gestão que na tentativa de manter viva a imagem de Hildebrando Pascoal como única referência para o crime, negou veementemente e enquanto pode a existência desses grupos (CV, PCC e Bonde dos 13) na capital.

O artigo divulgado esse fim de semana e as últimas aparições de Emylson Farias nos programas de entrevistas de TV e Rádios pagos pela mídia governista mostram entre outras coisas, o equívoco da comunicação desse estado.

O certo não seria que a sociedade estivesse avaliando as ações do governo? Será que o acreano respira mesmo aliviado e com sentimento de segurança? O que dizer secretário das quatro tentativas de violência imputadas ou consumadas diariamente em todo o estado? O que dizer do aumento de número de latrocínios? Dos crimes contra o tráfico de drogas? De nossas fronteiras?

De inédito nessa história mesmo é a ação do secretário Emylson Farias que tenta tirar proveito de uma situação vexatória em que a grande lição que ficou foi que deixamos de viver naquele estado que tinha fama de pacato e de tranquilidade para uma unidade federativa que não tem política pública social eficaz e que cuida muito mal de sua juventude ou do seu futuro.

Enquanto Emylson Farias ouve muito o rei Roberto Carlos (esse cara sou eu) nossa sociedade continua atrás das grades, vendo os bandidos literalmente livres, leves e soltos.


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