quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Lideranças políticas da oposição continuam às cegas



O tom que se esperava das principais lideranças políticas da oposição, nesse  momento em que o governo federal atravessa momento de profundo catatonismo, era no minimo, de propositura. O que não vem ocorrendo. Pelo menos até agora. Suas principais lideranças continuam às cegas.

A começar pelos debates na Assembleia Estadual, os discursos quase todos são focados para o escândalo do Petrolão, a crise na economia, a situação do PT. Enquanto isso, o governador Sebastião Viana vai conseguindo sair incólume no primeiro ano de sua reeleição, como diz o ditado popular: sem dar um prego numa barra de sabão.

O maior investimento do segundo mandato de Sebastião é com ele mesmo. Este ano ele já realizou vinte viagens para fora do estado, se ausentando mais de 40 dias do Palácio Rio Branco. Ganhou mais de R$ 30 mil somente em diárias. A Casa Civil é a que mais gasta, já desembolsou para as benesses ao governador, mais de dois milhões e meio de reais.

O setor de agricultura e pecuária, não tem sequer um programa de investimento específico. A indústria tropeça na crise nacional. Os resultados da Expoacre 2015 foram os piores desde 2009, mostrando o equívoco da política industrial em curso. O Acre, que segundo a chefe da casa civil, Marcia Regina, é modelo em desenvolvimento sustentável, vive novamente a era dos apagões. Uma contradição sem tamanho.

A população que precisa do SUS continua desassistida. Faltam medicamentos. A reforma e ampliação do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco – iniciada na gestão do ex-governador Binho Marques – não foi inaugurada, assim como essas obras, as do Palheiral e adjacências estão no mesmo bolo, intermináveis e sem nenhuma fiscalização.

Mesmo diante dessa avenida e do cenário altamente positivo para a oposição, o que se vê de algumas lideranças é a construção de intrigas e futricas entre eles mesmos. Parece que o colapso do PT em nível nacional afetou o ego de alguns políticos com mandato que não enxergam mais nada à sua frente, a não ser as eleições de 2016 e 2018. Todos são candidatos ou tem candidatos e não se fala em outra coisa.

A deformidade é tão grande que têm sido incapazes de sentar à mesma mesa, discutir planejamento, traçar projetos alternativos de governo. E olha que todos se dizem grandes lideranças. Acho que esqueceram o significado de comando, direção, hegemonia.

Esqueceram até do petista de carteirinha, o prefeito Marcus Alexandre, que de forma inteligente, sem colocar nenhum rótulo em seu peito, continua presente no dia-dia como bom mocinho, longe dos escândalos que envolvem o seu partido e que envergonham o povo brasileiro. Ele navega na tese de quem madruga, Deus ajuda. Acorda cedo, percorre ruas e bairros e assim vem mantendo índices de popularidade que lhe garantem, pelo menos até hoje, a reeleição. 

Recentemente, Marcus Alexandre foi notificado pelo Tribunal de Contas do Estado para dar explicações sobre o escândalo que desviou milhões do ISS de Tarauacá, na construção da BR 364. Disso ninguém falou.

Enquanto os caciques da oposição não investem um centavo em papel, a situação lançou mais um jornal, o da Baixada – onde se concentra o eleitorado que vem sendo decisivo nas últimas eleições.


É incrível como esse grupo não consegue se livrar da pecha que os acompanha desde a fundação da Frente Popular: são desunidos e não tem projetos para o Acre. 

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