O tom que se esperava das principais lideranças políticas da oposição, nesse momento em que o governo federal atravessa momento de profundo catatonismo, era no minimo, de propositura. O que não vem ocorrendo. Pelo menos até agora. Suas
principais lideranças continuam às cegas.
A começar pelos debates na Assembleia
Estadual, os discursos quase todos são focados para o escândalo do Petrolão, a
crise na economia, a situação do PT. Enquanto isso, o governador Sebastião
Viana vai conseguindo sair incólume no primeiro ano de sua reeleição, como diz
o ditado popular: sem dar um prego numa barra de sabão.
O maior investimento do segundo
mandato de Sebastião é com ele mesmo. Este ano ele já realizou vinte viagens
para fora do estado, se ausentando mais de 40 dias do Palácio Rio Branco.
Ganhou mais de R$ 30 mil somente em diárias. A Casa Civil é a que mais gasta,
já desembolsou para as benesses ao governador, mais de dois milhões e meio de
reais.
O setor de agricultura e pecuária,
não tem sequer um programa de investimento específico. A indústria tropeça na
crise nacional. Os resultados da Expoacre 2015 foram os piores desde 2009,
mostrando o equívoco da política industrial em curso. O Acre, que segundo a
chefe da casa civil, Marcia Regina, é modelo em desenvolvimento sustentável,
vive novamente a era dos apagões. Uma contradição sem tamanho.
A população que precisa do SUS
continua desassistida. Faltam medicamentos. A reforma e ampliação do Hospital
de Urgência e Emergência de Rio Branco – iniciada na gestão do ex-governador
Binho Marques – não foi inaugurada, assim como essas obras, as do Palheiral e
adjacências estão no mesmo bolo, intermináveis e sem nenhuma fiscalização.
Mesmo diante dessa avenida e do cenário altamente positivo para a oposição, o que se vê de algumas lideranças é a construção de intrigas e futricas entre eles mesmos.
Parece que o colapso do PT em nível nacional afetou o ego de alguns políticos
com mandato que não enxergam mais nada à sua frente, a não ser as eleições de
2016 e 2018. Todos são candidatos ou tem candidatos e não se fala em outra coisa.
A deformidade é tão grande que têm
sido incapazes de sentar à mesma mesa, discutir planejamento, traçar projetos alternativos
de governo. E olha que todos se dizem grandes lideranças. Acho que esqueceram o
significado de comando, direção, hegemonia.
Esqueceram até do petista de
carteirinha, o prefeito Marcus Alexandre, que de forma inteligente, sem colocar
nenhum rótulo em seu peito, continua presente no dia-dia como bom mocinho,
longe dos escândalos que envolvem o seu partido e que envergonham o povo
brasileiro. Ele navega na tese de quem madruga, Deus ajuda. Acorda cedo,
percorre ruas e bairros e assim vem mantendo índices de popularidade que lhe
garantem, pelo menos até hoje, a reeleição.
Recentemente, Marcus Alexandre foi
notificado pelo Tribunal de Contas do Estado para dar explicações sobre o
escândalo que desviou milhões do ISS de Tarauacá, na construção da BR 364.
Disso ninguém falou.
Enquanto os caciques da oposição
não investem um centavo em papel, a situação lançou mais um jornal, o da Baixada
– onde se concentra o eleitorado que vem sendo decisivo nas últimas eleições.
É incrível como esse grupo não
consegue se livrar da pecha que os acompanha desde a fundação da Frente Popular:
são desunidos e não tem projetos para o Acre.
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