segunda-feira, 8 de junho de 2015

A paixão, em geral, nos cega



Ninguém tem que tirar a gravata, não precisa usar vermelho ou azul, citar Shakespeare, ou tomar vinho branco. A receita para a oposição ganhar as eleições em 2016 e 2018 tem regra simples: a construção de um grupo forte e capaz de jogar de igual para igual com “os profissionais” que estão no poder.

Tudo bem que exista o embate político com os vários pontos de vista, a diversidade de opiniões, posicionamentos contrários e divergentes que se chocam aqui e ali. Isso é normal em situações e ocasiões pontuais. É tolerável até certas paixões, afinal, política envolve emoções, questões sensíveis, enfim, contendas a cerca de vários interesses.

Mas alimentar picuinhas sem pé e sem cabeça e ainda, praticar o fogo amigo, parece mais desespero ou falta total de objetivos e foco. Como diz minha mãe: é a troca de nada por coisa alguma. Assim tem se comportado um setor da oposição no Acre que se ocupa em falar mal da própria oposição.

Amadorismo total.
Suicídio político.

Não vejo outro motivo para o orgasmo virtual que tenho visto nos últimos dias nas redes sociais onde muitos bajuladores, cegos pela paixão, insuflaram um debate destemperado, provocando entre suas principais lideranças, uma verdadeira lavagem de roupa suja fora de época que contou com a contribuição da “informação chapa-branca” e de colunistas políticos que acreditam falar ou escrever sem ideologia nenhuma, e ainda, jurando que seus comentários são isentos, práticos e objetivos. Obsessão pura.

Tem gente que não consegue encarar a verdade de forma lógica e clara.

Ainda bem que política é como um jogo em movimento e às vezes precisamos nos deslocar para fazermos a melhor jogada.

Acredito que qualquer candidatura majoritária da oposição, seja para 2016 ou 2018, vai precisar sair desse caminho estreito, de mão única, do fazer oposição por fazer. Do tecer criticas sem apresentar nada em troca, apenas do bater por bater, sem compromisso com nada, somente com a ideia fixa de contrapropaganda.

Nunca é demais lembrar que esse foi o caminho que levou algumas lideranças políticas da oposição a derrotas consecutivas nas últimas eleições.

O que temos do lado de lá?
Um grupo forte que se profissionalizou em fazer campanhas, que sabe usar muito bem a “máquina pública”, que derrama dinheiro sem pena no chamado “Dia D” e que ainda tem a seu favor, as pesquisas encomendadas.

São os mesmos autores para um mesmo enredo!

Para 2016, por exemplo, Marcus Viana continua surfando nas ondas da popularidade. Livre, leve e acordando de madrugada, andando mais que notícia ruim, tem excelentes índices de aceitação nos últimos seis meses, período em que Rio Branco virou “a capital dos buracos”.

Vão apostar novamente na campanha feita apenas em 90 dias?

Falam em pobreza, mas sequer sabem dizer o nome de uma família que mora no Caladinho ou até mesmo um logradouro de um dos bairros mais carentes de Rio Branco. Muitos nem aqui residem, voltam de quatro em quatro anos arrotando moralidade e fórmulas mágicas para resolver os problemas do Acre.

É preciso, é possível, construir uma discussão política com um grupo forte e alternativo. Repito: não precisa reinventar a roda, tirar a gravata, usar vermelho ou azul, citar Shakespeare, ou tomar vinho branco.


É preciso profissionalismo.A paixão, em geral, nos cega. 

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