quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Como cobrar prontidão para o exercício em favor do povo?

Quem se torna homem público não deve reclamar quando seus hábitos no café da manhã são revelados. Considero uma regressão civilizatória essa prática vinda de alguns políticos. E pior, são os mesmo que falam em liberdade de expressão.

Infelizmente, nos últimos dias, no Acre, o que temos visto na política é uma tendência ao rebaixamento moral, à falta de ética. As consciências parecem que ficaram mais elásticas. Os interesses individuais e dos partidos políticos promovem casuísmos, tornando-se maiores do que a pessoa humana.

Eu que cresci ouvindo meu pai falar sobre José Guiomard Santos, Jorge Kalume, Oscar Passos e outros que me falha a memória, mas que eram exemplos de homens públicos tenho tido séria dificuldade de me relacionar com a classe política dos nossos tempos.

Primeiro enfrentamento é o da palavra. O que os políticos atuais defendem no palanque ou na telinha da televisão não é a mesma coisa no desempenho de seus cargos. A mentira, a falta de ética, a incompetência e a hipocrisia, desgraçadamente, não aparecem mais como elementos vergonhosos, indignos de se arrogar ao homem público.

Como diz minha velha mãezinha: “perderam a vergonha”.

Os projetos de interesses próprios são votados na madrugada. Ninguém está mais a serviço do povo, da coletividade. A popularidade obtida nas jogadas de marketing parece ter banalizado essa conquista. Os gabinetes são virtuais, o político perdeu o contato corpo a corpo, o aperto de mão, o olhar olho no olho, o calor humano. Isso são gestos jogados a cada dia na lata do lixo.

Como cobrar prontidão para o exercício em favor do povo?

Falam em liberdade de expressão porque gostam de transformar o povo em massa de manobra. E infelizmente uma grande maioria ainda acredita que exerce poder político. Acabou o juízo crítico, o que se observa é simplesmente a grande massa seguindo os condutores sem caráter. E essa mentalidade retrógrada vai a cada dia produzindo atraso e subdesenvolvimento.

O resultado é esse quadro de educação entre as piores do país. Um estado endividado, sem geração de emprego e renda, dependente totalmente do governo federal. O que mais me preocupa é a geração política que nasce da proveta eleitoral dos que protagonizam essa história. Onde vamos parar?

Diferente da época de meu pai, pouco tenho o que falar sobre política para minha filha. Quase nada tenho para lhe apresentar como exemplo de homem público.

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