“É um partido com pouca renovação” disse ontem, ao senador
Gladson Cameli e o deputado federal Major Rocha, Chico Pereira, fundador do
Partido dos Trabalhadores no Acre.
A expressão é um adeus ao PT, partido que Pereira ajudou a
fundar. Durante agenda de pré-campanha de Gladson Cameli em Porto Acre, no
último sábado, 26, Pereira pediu para sentar e na mesa do setor comercial da
Vila do V, hipotecar total apoio a Aliança liderada pelo progressista.
A prosa foi a primeira conversa pública de Chico Pereira com
um pré-candidato de oposição, após sua desfiliação da Frente Popular no final
do ano passado. O sindicalista não escondeu que vem sendo pressionado a voltar
para onde começou.
“Eu estava em Cruzeiro do Sul semana passada quando recebi um telefonema da executiva nacional do PT, pedindo explicações sobre a minha postura. Disse a eles que estava no Juruá fazendo campanha para Rosana Nascimento e Gladson Cameli. E acrescentei que minha decisão não tem volta”, desabafou.
“Eu estava em Cruzeiro do Sul semana passada quando recebi um telefonema da executiva nacional do PT, pedindo explicações sobre a minha postura. Disse a eles que estava no Juruá fazendo campanha para Rosana Nascimento e Gladson Cameli. E acrescentei que minha decisão não tem volta”, desabafou.
Os charmosos cabelos brancos de Pereira condenam o tempo de
lutas. A conversa pausada, olhar de experiência, mãos gesticuladas, conteúdo que
revela o desgosto e o quadro de esvaziamento do apoio ao partido em seus
redutos históricos. Por ironia do destino, a conversa estava sendo testemunhada
por outro pioneiro e ex-petista, o Manoel Suíca.
“Pensei que ia ficar sozinho nesse bote, mas tem muita gente
abrindo os olhos e pulando do barco” disse Suíca.
Os militantes acompanharam passo a passo, a extensa agenda
de Gladson Cameli, Major Rocha e o senador Sérgio Petecão na Vila do V, Vila do
Incra e, no principal reduto do PT na região, a cidade sede de Porto Acre.
O caso emblemático seria repetido por outro historiador, o
Adalberto Martins, a quem coube, durante evento no Centro Comunitário, relatar
detalhadamente à Gladson Cameli, a história de fundação e constituição de Porto
Acre, através de um cenário que assim como o fictício, erguido pela poderosa
rede globo durante a minissérie Amazônia – de Galvez a Chico Mendes –
encontra-se totalmente abandonado.
“Esqueceram nossa cidade, a história de revolução que
permitiu sermos brasileiros” disse Martins durante emocionante relato.
Aos olhos de moradores históricos, alguns produtores rurais
da região do Caquetá e militantes, Gladson Cameli arrematou: “O Acre começa
aqui, podem ter certeza que vamos nos esforçar ainda mais para ajudar no
desenvolvimento de Porto Acre. Aqui tem um povo que luta, que tem fé, isso é
uma referência para o nosso estado”, disse Cameli.
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