Que Vagner Sales e Everaldo Gomes têm o mesmo DNA – quando se
fala em partido – disso ninguém tem dúvidas. Mas na engenharia das eleições de
2016, os cardeais peemedebistas carregam consigo uma grande indagação: qual o
PMDB que queremos?
Enquanto Vagner Sales faz uma gestão de resultados
inaugurando várias obras e ainda, coordenando o processo de escolha de seu
sucessor, na fronteira, Everaldo Gomes, tem péssimos índices de rejeição e
depende exclusivamente de Ademir Lopes para atrair os partidos de oposição ao
seu palanque.
Até ai tudo bem, ninguém duvida da capacidade de Ademir
Lopes unir os partidos de oposição, ele, inclusive, já demonstrou ter capital
político para tal. Mas o que soma contra Ademir e Everaldo é a falta de
resultados de uma gestão fraca, sem planejamento, que chega no seu quarto ano
sem dizer a que veio. Os números não perdoaram.
A natureza também foi muito cruel. O prefeito enfrentou duas
alagações históricas, não recebeu o apoio esperado nem do governo federal e
muito menos de Sebastião Viana para recuperar a cidade e quando obteve recursos
nas contas da prefeitura, teve mal êxito, cito como exemplo o projeto da
Avenida Marinho Monte que por falta de gestão está paralisado. Além da rejeição
popular, a dupla ganhou entre o final de 2015 e o início desse ano, a ira de
comerciantes e empresários.
Enquanto Vagner Sales em Cruzeiro do Sul tem uma posição
muito confortável, inclusive de ficar no plano de fundo e se movimentar de
acordo a opinião pública, em Brasileia, o PMDB tende a ser o fiel da balança. Ou
a sigla se aproxima do grupo formando por sete partidos de oposição e se mantém
de alguma foram no poder, abrindo mão da cabeça de chapa, ou racha e assiste de
camarote a Frente Popular voltar a administrar a cidade de fronteira que é
estratégica para as eleições de 2018.
Resta saber qual será a movimentação do partido, levando-se
em consideração que tudo passa pelo tabuleiro estadual. Além de Brasileia, o
PMDB quer cabeça de chapa nas duas principais cidades do estado: Cruzeiro do
Sul e Rio Branco. Tem fincado o pé também em Porto Acre, onde pretende lançar
candidatura própria, indo de encontro o acordo feito por dez partidos em torno
dos nomes de Daniel (PP) e Barãozinho (PSDB).
Essa movimentação do PMDB em torno de ascensão independente
de quem esteja no poder parece histórica em nível nacional, mas, falando de
Acre, o partido vai ter que abrir mão em algum desses lugares. Seus cardeais
são inteligentes, sabem que na capital a deputada Eliane Sinhasique se projetou
com condições de competir e ganhar a prefeitura e que esse cenário pode ficar
mais favorável sem as fissuras do interior.
Eu acredito que a leitura peemedebista será no sentido de se
beneficiar desse processo e vejo praticamente inviável a sobrevivência política
de Everaldo Gomes e Ademir Lopes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário