Com
raríssimas exceções o Acre vive a pior safra de prefeitos das últimas décadas.
Esse capítulo que o assessor jurídico da Câmara Municipal de Plácido de Castro,
o advogado Junior Feitosa, chamou de “transposição de indígenas” se referindo a
ocupação ilegal do Parque Ecológico do município por famílias kaxinawas
trazidas da região conhecida como Foz do Breu, mostra claramente, como pesa a
incapacidade dos atuais gestores nas tomadas de certas decisões e como estes
estão mal assessorados.
Qualquer
investigação jornalística concluiria que tal projeto – se é que existe – foi feito
nas coxas. Ora senhores, como um
gestor público permite a transferência de cinquenta indígenas para um local que
não lhe oferece nenhuma condição digna de sobrevivência?
Pior, como todo esse processo que dura cerca de dois anos é feito sem a anuência da Câmara Municipal, que representa todo o conjunto da sociedade inserida na região?
Parece
brincadeira de gestão pública.
Não se trata de nenhum preconceito contra os povos da floresta, muito pelo contrário, o alerta ou a denúncia que tornou o caso público, teve como objetivo o de preservar a cultura dessas famílias e evitar em quanto há tempo, o descaminho de seus usos e costumes. Até que se prove o contrário, como disse a acadêmica Mirna Rosário que a pedido das comunidades indígenas esboçou uma proposta de etnoturismo, "nada saiu do papel".
Roney
Firmino que se elegeu com a legenda do Partido Social Brasileiro, o PSB, que
integra a Frente Popular do Acre, a FPA, deve ter faltado as aulas de meio
ambiente ou nunca leu sobre os conceitos de florestania escritos pelo
jornalista Antônio Alves.
E a
Associação dos Municípios do Acre (AMAC) o que tem a dizer sobre isso?
Roney
Firmino e seu diretor de cultura que é o empresário Allisson Ferreira, vão ter
que comer do angu que fizeram. Ocuparam de maneira irregular o Parque Ecológico
do município, venderam ilusões para dezenas de famílias indígenas e devem
responder por suas empreitadas.
Não adianta
agora querer jogar a culpa para a denunciante – como fez o senhor Allisson
Ferreira em sua página de facebook, tentando tirar o seu da reta.
Se tudo isso
foi feito com o amplo conhecimento da Fundação Nacional do Indío, a FUNAI, que
seus responsáveis venham a público esclarecer o que está certo e o que foi
errado nessa trama.
Afinal de
contas o que diz o estatuto do índio sobre a transferência de dezenas de indígenas
para outro domicilio sem nenhuma identidade cultural?
Prefiro
acreditar nas palavras do advogado e assessor jurídico da Câmara Municial,
Junior Feitosa: “um município não pode criar um bairro para índios, lugar de índio
é na sua Aldeia”. Ele, aliás, desde o início indeferiu o pedido de ocupação do
Parque, o que mais uma vez nos leva a afirmar que tudo foi feita à revelia da
lei.
Improbidade administrativa é pouco, essas famílias deveriam ser indenizadas pelo município, o que deve ser proposto pela Federação do Povo Huni Kuin, já que foram iludidas com a promessa de vida farta através de um projeto mal elaborado e de péssimo exemplo de gestão pública.
Improbidade administrativa é pouco, essas famílias deveriam ser indenizadas pelo município, o que deve ser proposto pela Federação do Povo Huni Kuin, já que foram iludidas com a promessa de vida farta através de um projeto mal elaborado e de péssimo exemplo de gestão pública.
Veja o tamanho da controvérsia. Tal fato veio à baila exatamente no momento em que o Acre se prepara para apresentar na COP 21, um projeto em que será referência de preservação ambiental para o mundo.
É tão
simples. Como diz a música de Mr. Catra: “índio quer apito, se não der o pau
vai comer”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário