Chororô, resmungado e muito beicinho foi o que fizeram semana passada os irmãos Sebastião e Jorge [os Vianas]. O primeiro, apontado como um
dos favorecidos pelo maior esquema de corrupção já visto nesse país: o Petrolão;
o segundo, incomodado com a popularidade do atual senador Gladson Cameli
(PP-AC). Desafinados politicamente, mas afinados na crise, o gesto dos irmãos
Vianas encontrou rapidamente alento.
Em nota, o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, falando, sabe-se lá como, em nome da sociedade acreana, aponta o seu criador
[Sebastião Viana] quase como um “Jesus Cristo Ressuscitado”, referência e
exemplo para a atual e futuras gerações. Alexandre parece ter sido leitor do livro recém-lançado nos
Estados Unidos, escrito pelo jornalista Richard Stengel, editor da revista
Time, que tem como título You’re Too Kind
(Você é muito gentil), um verdadeiro – e talvez o primeiro – tratado sociológico
da bajulação.
E nem precisava tanto, mas em uma sociedade onde tudo tem
seu valor de troca, a fórmula utilizada pelo prefeito petista é um dos mais
eficientes motores de uma sociedade hierárquica. Deve ter soado bem aos ouvidos
do chefe. Depois de fracassar no processo eleitoral na tentativa de levantar a
popularidade da comunista Perpétua Almeida em Rio Branco e amargando a primeira
crise de popularidade após aumentar de forma abusiva a passagem de ônibus, Alexandre
busca resultados.
Pois bem, dou outro lado do rapapé quem disparou contra o
progressista Gladson Cameli foi seu futuro colega de parlamento, Jorge Viana.
Longe de ser uma bajulação, como nos velhos tempos, Jorge destilou todo seu
veneno ao chamar o progressista de prepotente.
Olha só quem fala!
Tolice pura. Aliás, um erro de estratégia tremendo. Acostumado
a ser celebridade por onde passava, Jorge Viana foi imperceptível durante a
solenidade de diplomação do TRE. Longe dos holofotes e sem arrancar nenhum
aplauso dos presentes – nem mesmo quando o irmão governador registrou sua
presença – tal declaração pareceu mais “ciúmes” do que mesmo uma critica construtiva
ao discurso de Cameli que diga-se de passagem, ainda surfa na estrondosa votação que teve no último
dia 05 de outubro. Está nas graças do povo como diz o ditado popular.
Para quem abraçou o discurso da honestidade e da ética e
implantou no cenário político a luta do bem contra o mal, quando a lama avança
sobre os seus próprios pés e ameaça traga-los, é meio desesperador mesmo. Do
ponto de vista político o chilique dos Vianas é entendível, não é nada fácil o
odor fétido que exala no ambiente petista em todo o Brasil.
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